Texto lido por Roberto Gaensly em Mendes
A SALVAÇÃO E O RELACIONAMENTO SANTO
III A razão e as formas do erro
1. A introdução da razão no sistema de pensamento do ego é o início do seu desfazer, pois a razão e o ego são contraditórios. Não é possível que os dois coexistam na tua consciência. Pois a meta da razão é fazer com que fique claro e, portanto, óbvio. Podes ver a razão. Isso não é um jogo de palavras, pois aqui está o início de uma visão que tem significado. Visão é sentido, literalmente. Dado que não é o que é visto com os olhos do corpo, essa visão não pode deixar de ser compreendida. Pois ela é clara e o que é óbvio não é ambíguo. Pode ser compreendido. E aqui separam-se a razão e o ego, para seguir seus caminhos separados.
2. Toda a continuidade do ego depende da sua crença segundo a qual tu não podes aprender esse curso. Compartilha essa crença e a razão será incapaz de ver os teus erros e abrir caminho para a sua correção. Pois a razão vê através dos erros, dizendo-te que o que pensavas que era real não é. A razão pode ver a diferença entre pecado e equívocos, porque ela quer a correção. Por conseguinte, te diz que o que pensavas que era incorrigível pode ser corrigido e, portanto, não pode deixar de ter sido um erro. A oposição do ego à correção conduz à sua crença fixa no pecado e a não considerar erros. Ao olhar, ele não acha nada que possa ser corrigido. Assim o ego leva à perdição e a razão salva.
3. A razão não é salvação em si mesma, mas abre caminho para a paz e te traz a um estado mental no qual a salvação pode ser dada a ti. O pecado é um bloqueio colocado como um pesado portão trancado e sem chave no meio da estrada para a paz. Ninguém que olhe para ele sem o auxílio da razão tentaria passar por ele. Os olhos do corpo o contemplam como granito sólido, tão espesso que seria loucura tentar ultrapassá-lo. No entanto, a razão vê através disso com facilidade, porque é um erro. A forma que toma não pode esconder seu vazio aos olhos da razão.
4. Só a forma do erro atrai o ego. O significado ele não reconhece e não vê se existe ou não. Tudo o que os olhos do corpo podem ver é um equívoco, um erro na percepção, um fragmento distorcido do todo sem o significado que o todo lhe daria. Apesar disso, os equívocos, independentemente de suas formas, podem ser corrigidos. O pecado é apenas um erro em uma forma especial que o ego venera. Ele quer preservar todos os erros e fazer com que sejam pecados. Pois aqui está a sua própria estabilidade, a sua âncora pesada no mundo passageiro que fez; a pedra sobre a qual sua igreja está edificada e onde seus adoradores estão presos aos corpos, acreditando que a liberdade do corpo é a sua própria.
5. A razão te dirá que a forma do erro não é o que faz dele um equívoco. Se o que a forma esconde é um equívoco, a forma não pode impedir a correção. Os olhos do corpo vêem apenas forma. Não podem ver além do que foram feitos para ver. E foram feitos para olhar para o erro e não para ver o que vem depois. A sua percepção é de fato estranha, pois só podem ver ilusões, estão impossibilitados de olhar além do bloco de granito do pecado e param na forma exterior do nada. Para essa forma distorcida de visão, o exterior de todas as coisas, a parede que está entre tu e a verdade é totalmente verdadeira. Entretanto, como é possível que a vista que estaca diante do nada, como se o nada fosse uma sólida muralha, veja verdadeiramente? Ela é retida pela forma, tendo sido feita para assegurar que nenhuma outra coisa senão a forma seja percebida.
6. Esses olhos, que não foram feitos para ver, nunca verão. Pois a idéia que representam não deixou aquele que a fez e é ele que vê através deles. Qual era a sua meta senão a de não ver? Para isso, os olhos do corpo são meios perfeitos, mas não para ver. Vê como os olhos do corpo repousam no exterior e não vão além. Observa como eles param diante do nada, incapazes de ir além da forma para o significado. Nada cega tanto quanto a percepção da forma. Pois ver a forma significa que a compreensão foi obscurecida.
7. Só os equívocos têm formas diferentes e assim podem enganar. Podes mudar a forma porque ela não é verdadeira. Ela não poderia ser realidade porque pode ser mudada. A razão te dirá que se forma não é realidade, tem que ser uma ilusão e não existe para ser vista. E se tua vês, não podes deixar de estar enganado, pois estás vendo o que não pode ser real como se o fosse. O que não pode ver além do que não existe, não pode deixar de ser uma percepção distorcida e tem que perceber ilusões como a verdade. Nesse caso, poderia tal coisa reconhecer a verdade?
8. Não permitas que a forma dos seus equívocos te mantenha afastado daquele cuja santidade é a tua. Não permitas que a visão da sua santidade, perspectiva essa que te revelaria o teu perdão, seja afastada de ti pelo que os olhos do corpo podem ver. Permite que a tua consciência do teu irmão não seja bloqueada pela tua percepção dos seus pecados e do seu corpo. O que existe nele que queiras atacar exceto o que associas com o seu corpo, que segundo a tua crença pode pecar? Além dos seus erros, está a sua santidade e a tua salvação. Tu não lhe deste a sua santidade, mas tentaste ver nele os teus próprios pecados com o fim de te salvares. No entanto, a sua santidade é o teu perdão. Podes ser salvo fazendo pecador aquele cuja santidade é a tua salvação?
9. Um relacionamento santo, por mais recém-nascido que seja, tem que valorizar a santidade acima de todas as coisas. Valores não-santos produzirão confusão, e na consciência. Em um relacionamento não-santo, cada um é valorizado porque parece justificar o pecado do outro. Cada um vê dentro do outro aquilo que o impele a pecar contra a sua vontade. E assim coloca os seus pecados em cima do outro e é atraído para ele para perpetuar os seus pecados. E assim, necessariamente, vem a ser impossível para cada um ver a si mesmo como a causa do pecado devido ao próprio desejo que tem de que o pecado seja real. No entanto, a razão vê um relacionamento santo como aquilo que ele é: um estado da mente que é comum, onde ambos alegremente entregam os erros à correção para que ambos possam ser curados em felicidade como um só.
III A razão e as formas do erro
1. A introdução da razão no sistema de pensamento do ego é o início do seu desfazer, pois a razão e o ego são contraditórios. Não é possível que os dois coexistam na tua consciência. Pois a meta da razão é fazer com que fique claro e, portanto, óbvio. Podes ver a razão. Isso não é um jogo de palavras, pois aqui está o início de uma visão que tem significado. Visão é sentido, literalmente. Dado que não é o que é visto com os olhos do corpo, essa visão não pode deixar de ser compreendida. Pois ela é clara e o que é óbvio não é ambíguo. Pode ser compreendido. E aqui separam-se a razão e o ego, para seguir seus caminhos separados.
2. Toda a continuidade do ego depende da sua crença segundo a qual tu não podes aprender esse curso. Compartilha essa crença e a razão será incapaz de ver os teus erros e abrir caminho para a sua correção. Pois a razão vê através dos erros, dizendo-te que o que pensavas que era real não é. A razão pode ver a diferença entre pecado e equívocos, porque ela quer a correção. Por conseguinte, te diz que o que pensavas que era incorrigível pode ser corrigido e, portanto, não pode deixar de ter sido um erro. A oposição do ego à correção conduz à sua crença fixa no pecado e a não considerar erros. Ao olhar, ele não acha nada que possa ser corrigido. Assim o ego leva à perdição e a razão salva.
3. A razão não é salvação em si mesma, mas abre caminho para a paz e te traz a um estado mental no qual a salvação pode ser dada a ti. O pecado é um bloqueio colocado como um pesado portão trancado e sem chave no meio da estrada para a paz. Ninguém que olhe para ele sem o auxílio da razão tentaria passar por ele. Os olhos do corpo o contemplam como granito sólido, tão espesso que seria loucura tentar ultrapassá-lo. No entanto, a razão vê através disso com facilidade, porque é um erro. A forma que toma não pode esconder seu vazio aos olhos da razão.
4. Só a forma do erro atrai o ego. O significado ele não reconhece e não vê se existe ou não. Tudo o que os olhos do corpo podem ver é um equívoco, um erro na percepção, um fragmento distorcido do todo sem o significado que o todo lhe daria. Apesar disso, os equívocos, independentemente de suas formas, podem ser corrigidos. O pecado é apenas um erro em uma forma especial que o ego venera. Ele quer preservar todos os erros e fazer com que sejam pecados. Pois aqui está a sua própria estabilidade, a sua âncora pesada no mundo passageiro que fez; a pedra sobre a qual sua igreja está edificada e onde seus adoradores estão presos aos corpos, acreditando que a liberdade do corpo é a sua própria.
5. A razão te dirá que a forma do erro não é o que faz dele um equívoco. Se o que a forma esconde é um equívoco, a forma não pode impedir a correção. Os olhos do corpo vêem apenas forma. Não podem ver além do que foram feitos para ver. E foram feitos para olhar para o erro e não para ver o que vem depois. A sua percepção é de fato estranha, pois só podem ver ilusões, estão impossibilitados de olhar além do bloco de granito do pecado e param na forma exterior do nada. Para essa forma distorcida de visão, o exterior de todas as coisas, a parede que está entre tu e a verdade é totalmente verdadeira. Entretanto, como é possível que a vista que estaca diante do nada, como se o nada fosse uma sólida muralha, veja verdadeiramente? Ela é retida pela forma, tendo sido feita para assegurar que nenhuma outra coisa senão a forma seja percebida.
6. Esses olhos, que não foram feitos para ver, nunca verão. Pois a idéia que representam não deixou aquele que a fez e é ele que vê através deles. Qual era a sua meta senão a de não ver? Para isso, os olhos do corpo são meios perfeitos, mas não para ver. Vê como os olhos do corpo repousam no exterior e não vão além. Observa como eles param diante do nada, incapazes de ir além da forma para o significado. Nada cega tanto quanto a percepção da forma. Pois ver a forma significa que a compreensão foi obscurecida.
7. Só os equívocos têm formas diferentes e assim podem enganar. Podes mudar a forma porque ela não é verdadeira. Ela não poderia ser realidade porque pode ser mudada. A razão te dirá que se forma não é realidade, tem que ser uma ilusão e não existe para ser vista. E se tua vês, não podes deixar de estar enganado, pois estás vendo o que não pode ser real como se o fosse. O que não pode ver além do que não existe, não pode deixar de ser uma percepção distorcida e tem que perceber ilusões como a verdade. Nesse caso, poderia tal coisa reconhecer a verdade?
8. Não permitas que a forma dos seus equívocos te mantenha afastado daquele cuja santidade é a tua. Não permitas que a visão da sua santidade, perspectiva essa que te revelaria o teu perdão, seja afastada de ti pelo que os olhos do corpo podem ver. Permite que a tua consciência do teu irmão não seja bloqueada pela tua percepção dos seus pecados e do seu corpo. O que existe nele que queiras atacar exceto o que associas com o seu corpo, que segundo a tua crença pode pecar? Além dos seus erros, está a sua santidade e a tua salvação. Tu não lhe deste a sua santidade, mas tentaste ver nele os teus próprios pecados com o fim de te salvares. No entanto, a sua santidade é o teu perdão. Podes ser salvo fazendo pecador aquele cuja santidade é a tua salvação?
9. Um relacionamento santo, por mais recém-nascido que seja, tem que valorizar a santidade acima de todas as coisas. Valores não-santos produzirão confusão, e na consciência. Em um relacionamento não-santo, cada um é valorizado porque parece justificar o pecado do outro. Cada um vê dentro do outro aquilo que o impele a pecar contra a sua vontade. E assim coloca os seus pecados em cima do outro e é atraído para ele para perpetuar os seus pecados. E assim, necessariamente, vem a ser impossível para cada um ver a si mesmo como a causa do pecado devido ao próprio desejo que tem de que o pecado seja real. No entanto, a razão vê um relacionamento santo como aquilo que ele é: um estado da mente que é comum, onde ambos alegremente entregam os erros à correção para que ambos possam ser curados em felicidade como um só.
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